UTILIDADES

Ontem enquanto fazíamos nosso pedal noturno de toda Quinta-Feira, minha bike começou a apresentar problemas com a mudança de marchas e e aí conversando com um dos brothers que também ia no passeio ele disse "... é bom a gente aprender a mexer com isso, sem ter que precisar sempre de um mecânico, pois toda vez que precisar vamos ter que levar a bike pra alguém consertar", aí então vim procurar algumas dicas de regulagens de câmbio pra postar aqui, que seja útil para todos. 


Regulando Câmbios


Um simples toque na alavanca de câmbios deve corresponder a uma mudança de relação na catraca ou nas coroas, sem ruído, sem perda de tempo e sem imprecisão. Antes de aprendermos a regular o sistema de câmbios devemos tomar alguns cuidados para que ele desregule menos e dure mais.


     Mudando sem cruzar

     Montamos aqui um esquema com todas as combinações possíveis entre as coroas e os pinhões. Perceba que as vermelhas são desaconselháveis porque a corrente, trabalhando cruzada, estará se desgastando, assim como os dentes do pinhão e da coroa. Da mesma forma, ela também raspará nas hastes do câmbio dianteiro desgastando-o e causando-lhe jogo ou quebra.Trabalhando cruzado, ou o câmbio estará super-esticado danificando roldanas pivôs e molas, ou estará muito encolhido, tensionando pouco a corrente, dando maiores chances a que ela desengate. Não se decepcione, mas uma mountain bike de 24 marchas utiliza praticamente 18 marchas.

     Bicicletas mais antigas não possuem sistema indexado de transmissão, que é aquele que integra alavancas de câmbio, corrente, catraca e coroas, permitindo um "click" rapidamente seguido por uma troca. Para que tudo funcione em harmonia, o ideal é que todos estes componentes sejam da mesma marca ou compatíveis.

     Durante uma regulagem que esteja demorando demais, a causa do insucesso pode ser algum componente incompatível, cabos que deslizam com dificuldade por conduítes sujos ou estrangulados, suporte do câmbio torto, ou algum dos componentes com imprecisão.


     Regulando

     Tanto numa bicicleta de estrada como numa mountain, o procedimento para a manutenção e regulagem é o mesmo, o que mudam são algumas particularidades entre um modelo e outro.

     Antes de tudo, devemos verificar a precisão do câmbio (folgas), seu alinhamento em relação à bicicleta, o estado da corrente, das catracas, das roldanas de câmbio, os cabos e conduítes. Depois de um check-up completo, que inclui a limpeza e lubrificação da transmissão, poderemos começar a regular o sistema.


  • Câmbio traseiro
    1. Tamanho da corrente:

         Engate a maior coroa com o menor pinhão. O tamanho da corrente deve ser tal que os parafusos das roldanas se alinhem formando uma reta perpendicular ao chão. Outra forma, é engatar a maior coroa com o maior pinhão e fazer sobrar 3 elos com a corrente passando fora das roldanas.

         Limites inferior e superior:  Pendure a bike na posição normal, de modo que, de pé, você tenha fácil acesso aos câmbios sem ficar se abaixando. Coloque na coroa intermediária (mountains) ou na menor (estradeiras) e solte o cabo de aço do câmbio traseiro.

         Com a mâo esquerda, movimente o câmbio em toda a sua amplitude, chegando até o limite superior (pinhão maior) ou inferior (pinhão menor), ao mesmo tempo em que pedala com a outra mão.

    2. Limite inferior:

         Olhe por trás do câmbio e certifique-se de que a corrente desce alinhada em relação ao pinhão menor e que não haverá possibilidades da corrente "cair" entre a catraca e a gancheira. Ajuste a melhor posição através do parafuso que normalmente está indicado com a letra "H" (high).


    3. Limite superior:

         O processo é semelhante ao limite inferior. Alinhe a corrente em relação ao pinhão maior, certifique-se que ela não irá entrar entre a catraca e os raios e que engatará com facilidade. O ajuste é feito pelo parafuso "L" (low).


    4. Tensão do cabo de aço:

         Existem dois sistemas de ajuste de indexado, um no câmbio traseiro, entre o final do conduíte e o câmbio, e outro antes do começo do conduíte, na saída da alavanca de mudanças. Gire ambos até o meio do curso. Coloque a corrente no pinhão menor. Com um alicate, sem danificar o cabo, puxe com uma das mãos com força moderada, mantendo uma tensão uniforme por todo o cabo, semelhante a uma corda de violão. Aperte o parafuso que fixa o cabo no câmbio sem desfiá-lo.

         Ao longo do cabo de aço, em toda parte que este fica exposto, puxe com força gradativa tensionando-o para que os terminais de conduíte se alojem perfeitamente nas guias dos conduítes. Se este processo não for feito, com poucas mudanças, a regulagem vai para o espaço.


    5. Ajuste fino:

         Comece a pedalar a bike com uma das mãos e efetue as mudanças com a outra e perceba o que acontece lá atrás. Se estiver demorando para subir, é sinal que está faltando um pouco de tensão no cabo de aço. Sendo assim, gire o ajuste do indexado no sentido anti-horário e vá percebendo se a mudança fica mais rápida. Se demorar para descer, gire no sentido horário afrouxando o cabo. Você pode fazer uma composição entre os ajustes de indexado do câmbio e da alavanca, mas nunca os deixe no final de curso, o ideal é que fiquem próximos da metade.


    6. Ajuste da altura da roldana:

         Este ajuste é feito por um parafuso pequeno localizado na base do câmbio, abaixo da gancheira.

         Quanto mais próxima fica a roldana superior dos pinhões, mais rápida será a mudança. Respeite apenas o limite de não deixá-la tão para cima a ponto de prejudicar a passagem de um pinhão ao outro.

  • Câmbio dianteiro
    1. Altura:

         Deve haver um espaço de 1 a 3 mm entre o perfil da haste do câmbio e o topo dos dentes da coroa. Faça a coroa girar uma volta completa, porque existem dentes mais altos do que outros e, além disso, sua coroa pode ser ainda do tipo bio-pacing (oval).

    2. Alinhamento:

         Visto por cima, a haste deve estar exatamente paralela às coroas. Baseie-se na coroa grande.

         Se o seu câmbio já atende a este posicionamento, solte o cabo de aço. Caso contrário, além de soltar o cabo, solte o mínimo necessário o parafuso da braçadeira, até que ele possa subir e girar no quadro, posicionando-o corretamente. Por tentativa e erro, aperte em definitivo.
         Com o cabo solto, deixe as regulagens de indexado no meio do curso para fazer a regulagem fina.

         Limite inferior:  faça o ajuste através do parafuso "L". Coloque a corrente na coroa menor e no maior pinhão traseiro. Ajuste a posição do câmbio baseado na distância entre a lateral da corrente e a haste interna do câmbio dianteiro. Esta distância (máx. 3 mm) deve ser tal que, no momento de se pedalar, a corrente não raspe no câmbio.

         Limite superior:  engate a maior coroa com o menor pinhão. Da mesma forma que o limite inferior, a corrente não pode raspar na parte interna da haste do câmbio. Force o câmbio com a mão já que o cabo está solto.

    3. Tensão do cabo:

         Como no câmbio traseiro, devemos puxar o cabo com um alicate (se possível use um especial encontrado em lojas de bike). Busque a tensão "corda de violão", e aperte a porca que prende o cabo no câmbio. Repita a operação tensionando o cabo com as mãos para que os conduítes se alojem nas guias.
         Regulagem do indexado:  como no câmbio traseiro, ajustamos a troca auto-mática das marchas pelo controle de indexados. Com sua sensibilidade, regule de forma que as trocas sejam suaves e precisas. Lembre-se que algumas combinações não tem necessidade de uso, sendo assim, faça com que aquelas mais utilizadas engrenem com perfeição. Se não tiver remédio, deixe a corrente raspar nas proibidas.
    Pedalando:
         Sempre que fizer uma regulagem em sua bike, saia para dar uma voltinha num lugar seguro perto de casa. Na rua, em ação, podemos ter certeza se o nosso trabalho deu certo. Passe todas as marchas que costuma utilizar, force o máximo que puder, com segurança. Se a corrente estiver escapando, e a causa não for regulagem, pode ser que a coroa, o cassete ou a corrente já tenham vencido. Sendo assim, troque imediatamente a peça desgastada porque se a corrente escapar bruscamente, poderá lhe ocasionar um "belo" tombo. Geralmente quando trocamos a corrente, devemos também trocar o cassete.
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